Sobre
A Federação Americana de Psicanalise de Orientação Lacaniana (FAPOL) constituiu-se em janeiro de 2012 por decisão do Conselho da Associação Mundial de Psicanálise (AMP) e reúne as três Escolas americanas da AMP: a EOL (Escola da Orientação Lacaniana) na Argentina e Uruguay, a EBP (Escola Brasileira de Psicanalise), no Brasil e a NEL (Nova Escola Lacaniana), com sedes na Bolivia, Peru, Equador, Colombia, Venezuela, Guatemala, Cuba, Mexico e Chile. Sua finalidade é manter estreito o laco entre as três Escolas americanas e nelas fazer presente, assim como em toda a América, a AMP, com a finalidade de preservar e estender a Psicanalise.
Desse modo, considerou-se que a Universidade é um lugar central e estratégico para impulsionar o crescimento da Psicanálise de Orientação Lacaniana na América. Os caminhos que se abrem a partir da Universidade favorecem a aproximação dos estudantes com o Campo Freudiano, lugar onde podem, sem dúvida, se formarem como psicanalistas. Com esse horizonte, cria-se
a Rede Universitaria Americana (RUA).
Abrir a Rede permitiu tomar contato com o panorama dos colegas membros da AMP que trabalham nas Universidades e começar a fazer uma interlocução com órgãos de pesquisa e instituições educacionais. Nesse ambito, surge Cythère? Revista da Rede Universitaria Americana, uma revista universitária escrita por psicanalistas de nossas Escolas. A publicação, bilingue, respeita a língua de seus autores: o castelhano e o português. Os trabalhos são avaliados por um comitê de arbitragem. Busca-se, com a Revista a possibilidade de transmitir os conceitos, a teoria, a eficácia clínica e a política da psicanálise de orientação lacaniana de maneira rigorosa, precisa e epistêmica.
Cythère? tem periodicidade anual e a avaliação dos artigos a serem publicados se realiza através de processo de “duplo cego”. Importante esclarecer que essa revista não cobra taxas para o envio de trabalhos, tampouco para a publicação de seus artigos. Cythère? é gratuita a cada número publicado e tem ISSN.
“No terceiro parágrafo de “Talvez em Vincennes”, Lacan indica que “agora”, ou seja, a partir do Département de Psychanalyse na Université de Paris VIII, “não se trata somente de ajudar o analista com ciências propagadas à moda universitária, mas de que essas ciências encontrem em sua experiência uma oportunidade de se renovar” (p. 316). Considero esta uma indicação preciosa quanto aos propósitos de RUA: para nós, membros da AMP e que trabalhamos também no meio universitário, o desafio da interface Psicanálise-Universidade não é tanto o de contribuir para que praticantes da psicanálise, ou aqueles que por ela se interessam, encontrem uma formação acadêmico-científico de qualidade e importante para seu desempenho profissional, pois essa qualificação já é inerente à missão universitária; trata-se, então, muito mais de dar lugar e averiguar se nossa presença e nossa ação nas Universidades têm sido capazes de renovar as “ciências” que a partir delas se difundem. Em outros termos: temos conseguido modificar o que se ensina nas universidades, inclusive para além da própria psicanálise que elas se dispõem a ensinar? Esse me parece um dos desafios que Lacan quis enfrentar com a criação do Département de Psychanalyse na Université de Paris VIII”.
Do texto Psicanálise e Universidade… ainda
Sérgio Laia (EBP-AMP)
