Escrever sobre o sofrimento psíquico de jovens na universidade: convite àconversação

Escribir sobre el sufrimiento psíquico de los jóvenes en la universidad: una invitación a la conversación
Écrire sur la souffrance psychique des jeunes à l’université : une invitation à la conversation
Writing about the psychic suffering of young people in the university: an invitation to conversation

ILKA FRANCO FERRARI

EBP, AMP, Pontificia Universidade Catolica de Minasn

ilkafferrari@gmail.com

RESUMEN

El texto se elabora a partir de una investigación que considera el servicio de asistencia psicológica a los estudiantes de la Pontificia Universidad Católica de Minas Gerais (PUC Minas) como un caso a estudiar. Abarca el método de aplicación del psicoanálisis en la investigación de fenómenos sociales, respaldándose en conversaciones, entrevistas y estudio de documentos, teniendo en cuenta el principio de precisión, fundamental en la investigación que se realiza en psicoanálisis. Las conclusiones, aún en proceso, corroboran el valor, la importancia de asegurar la existencia de este servicio, repensarlo y, por lo tanto, el lugar para la acogida de estudiantes en sufrimiento psicológico en esta universidad

PALABRAS CLAVE: pesquisa | sufrimiento psíquico de jóvenes | universidad | acogida

RESUMO

O texto se constrói a partir de pesquisa que considera o serviço de assistência psicológica aos estudantes da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) como um caso a ser estudado. Nele se percorre o método de aplicação da psicanálise na investigação de fenômenos sociais, contando com conversações, entrevistas e estudo de documentos, mantendo no horizonte o princípio de precisão, fundamental na pesquisa que se realiza em psicanálise. As conclusões, ainda em trabalho, corroboram o valor, a importância de assegurar a existência desse serviço, repensando-o, e, consequentemente, o lugar destinado à acolhida do estudante em sofrimento psíquico nessa universidade

PALABRAS CHAVE: pesquisa, sofrimento psíquico de jovens, universidade, acolhida

RESUME

Le texte est basé sur une recherche qui considère le service d’assistance psychologique aux étudiants de l’Université Catholique Pontificale de Minas Gerais (PUC Minas) comme une étude de cas. Il couvre la méthode d’application de la psychanalyse dans l’investigation des phénomènes sociaux, basée sur des conversations, des entretiens et l’étude de documents, en tenant compte du principe de précision, fondamental dans la recherche effectuée en psychanalyse. Les conclusions, encore en cours, corroborent la valeur, l’importance d’assurer l’existence de ce service, de le repenser et, donc, la place de l’accueil des étudiants en souffrance psychologique dans cette université

MOTS CLES: recherche; souffrance psychologique des jeunes; université; accueil

ABSTRACT

The text is woven from a research that considers the psychological assistance service to students at the Pontifical Catholic University of Minas Gerais (PUC Minas) as a case to be studied. It encompasses the method of applying psychoanalysis in the investigation of social phenomena, relying on conversations, interviews and study of documents, keeping in mind the principle of precision, which is of utmost relevance in the research carried out in psychoanalysis. The conclusions, still in progress, corroborate the value, the importance of ensuring the existence of this service, rethinking it, and, therefore, the place destined to welcome students in psychological distress at this university

KEY WORDS: research | psychic suffering of young people | university | welcome

A escrita é uma forma de conversação, disse Laurence Sterne, criador do cavalheiro Tristram Shandy (Miller, 2020), obra que influenciou vários, inclusive o brasileiro Machado de Assis. O que se escreve neste texto tem essa intenção, ao fazer circular um tema que tem ocupado, cada vez mais, o cotidiano de pesquisadores: o sofrimento psíquico de jovens em ambientes universitários.

Ele se organiza a partir de pesquisa em fase de conclusão,[i] mantendo no horizonte o princípio fundamental da pesquisa em psicanálise de orientação lacaniana, demarcado por Miller na aula de 11 de março de 1992, no Centro Descartes, em Buenos Aires (Miller, 2009), ou seja, a precisão. Nela o foco recai sobre um serviço existente na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Unidade Coração Eucarístico, denominado Assistência Psicológica aos Estudantes da PUC Minas (APP), criado não por acaso.

O desejo é que a dimensão de insatisfação, que tem sustentado o entusiasmo por esse assunto, neste caso, expresse a posição da pesquisadora para além do ideal acadêmico e ecoe, favorecendo interlocuções.

O contexto

Não há mais como negar ou ignorar a existência de sofrimento psíquico em ambiente universitário, público ou privado, pois ele ganhou visibilidade em diferentes esferas da vida. O assunto começou a exigir e mobilizar pesquisas, a maioria delas muito recentes.

No Brasil, no entanto, Neves e Dalgalarrondo (2007) mostram que, em 1958, Galdino Loreto realizou o primeiro estudo com alunos que buscavam o Serviço de Higiene Mental da Universidade Federal de Pernambuco, intitulado Sobre problemas de higiene mental, publicado em revista de neurobiologia e constituindo-se um marco. Mas, em estudo bem fundamentado e de acordo com suas áreas de atuação, Neves e Dalgalarrondo apresentam vários estudos epidemiológicos realizados a partir do fim de 1990, nos quais estresse, distúrbios psicossomáticos, irritabilidade, fadiga, insônia, depressão e risco de suicídio são os que prevalecem nos estudantes universitários.

Em trabalho que também merece ser citado, Lambert, Moreira e Castro (2018) asseguram que foi a partir de 2010 que, no Brasil, as pesquisas sobre sofrimento psíquico em ambiente universitário se intensificaram. Ponderam como bases de tal fenômeno a expansão do ensino superior público, a partir de 2007, em decorrência da implantação do projeto de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni), bem como a ampliação das políticas afirmativas, tais como as propostas na Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012). Nesse raciocínio, vale incluir a decisão do Ministério da Educação (MEC) que, diante de fatos públicos e chocantes, colocou em seu sistema de pontuação institucional a assistência psicopedagógica, conforme consta de seu instrumento de avaliação institucional, no eixo das políticas acadêmicas.

Oliveira, Macedo e Souza (2020), por sua vez, dedicaram-se às publicações brasileiras acerca do assunto, entre os anos de 2008 e 2018, encontrando publicações em números variados, dependendo do descritor que usavam na busca de informações nas bases de dados Scielo, Pepsic, Medline e Bireme. Buscaram por “sofrimento psíquico e universitários” e acharam 715 publicações; “sofrimento psíquico e universidade”, 215; “sofrimento psíquico e discentes”, 19; “sofrimento psíquico e ensino superior”, 56. Entre outras constatações a que chegaram, nos últimos anos, houve aumento do número de publicações correlacionando sofrimento psíquico à dificuldade de procurar ajuda, a estresse, à adaptação ao meio acadêmico, a doenças psíquicas já existentes, também doenças somáticas, e ao contexto familiar.

Ao se considerar a literatura internacional, há um trabalho de revisão integrativa recente, de Graner e Cerqueira (2019), identificando fatores de risco e proteção para sofrimento psíquico em estudantes universitários. Na ocasião, encontraram 1.375 artigos tratando do assunto, de forma variada.

A PUC Minas faz parte das instituições de ensino superior não indiferentes aos fatos. Como instituição, ela não foge à regra de ser comunidade de vida, com seu sistema de regras, o que supõe “indivíduos que puseram um único e mesmo objeto no lugar do ideal do eu e, consequentemente, em seu eu identificaram-se uns com os outros” (Laurent, 2007, p. 242). Lugar de coisas instituídas compondo estruturas fundamentais da organização social e, como construção humana, sempre possíveis de desconstrução, transformações.

Em seu conjunto de regras, é onde se pode ler a “missão” da PUC Minas, que reza promoção do desenvolvimento humano e social, contribuição para a formação humanista e científica de profissionais competentes, sustentada em valores éticos e de solidariedade, compromisso com o bem comum, por meio da produção e disseminação das ciências, das artes e da cultura, considerando a interdisciplinaridade e a integração entre a Universidade e a sociedade. Entre seus princípios, são encontrados o compromisso com a inclusão e a justiça social, a integração e pluralismo na articulação e nas concepções de ensino, pesquisa e extensão, respeitados os projetos pedagógicos e as diretrizes fixadas pelos órgãos de deliberação superior, como o MEC.

Na atualidade, ela conta com cerca de 40 mil alunos na graduação, 30 mil na pós-graduação lato sensu e 1.500 na pós-graduação stricto sensu, mais 8.500 em cursos de curta duração, com total aproximado de 80 mil alunos. Tem cerca de 2.000 funcionários e, no quadro de professores permanentes, encontram-se 1.650 profissionais. Por seus campi, circula público variado, segundo a Secretaria de Planejamento desta instituição, crescente na faixa etária entre 19 e 24 anos (em torno de 40%), mas também entre 25 e 35 anos (em torno de 25%), e a renda familiar de 60% deles está entre 2 e 5 salários-mínimos,[i] e originários de escola pública. Muitos deles são os primeiros da história familiar a cursarem uma universidade.

Ela se caracteriza como universidade confessional e comunitária, sem fins lucrativos, consequentemente garantindo direito a um número maior de bolsas concedidas no Programa Universidade para Todos (Prouni), estabelecido pelo MEC, mas também criou o que se conhece como “bolsa social”, que ajuda vários estudantes com baixa renda familiar.

Em sua unidade conhecida como Coração Eucarístico, a primeira entre outras, conta com um serviço denominado Assistência Psicológica aos Estudantes da PUC Minas (APP), rebatizado recentemente como Assistência Psicopedagógica da PUC Minas. A preocupação com o que acontece com seus alunos, ainda que por ângulos diferentes, já pode ser encontrada com alguma sistematização, em projeto pensado e desenvolvido por este Curso de Psicologia, no ano de 2002.

Em seu modo de vida cotidiano, circulam os vários discursos estabelecidos por Lacan, inclusive o atravessamento da lógica do discurso capitalista. A situação se complexifica, portanto, quando se nota que, na universidade, local em que o saber reina, ocorre o predomínio da fala “em nome” do saber, portanto, reinado de saber desencarnado, pretendendo universalidade em casamento com a ciência e a técnica. O psicanalista Viganò (2010b, p. 187), certa vez, perguntou-se como um jovem poderia rebelar-se contra esse Outro, contra a autoridade da ciência e, consequentemente, contra a autoridade da universidade. Sua conclusão é que ele renuncia antes de rebelar-se.

O usual, diante dessas situações, é o aparecimento de lógicas adaptativas para evitar o descarte que espera aos que não estejam prontos para responder às exigências apresentadas. Mas esse movimento, próprio do discurso universitário (não propriamente dos universitários ou da universidade), e aliado ao não favorecimento de laços, típico do capitalismo, ruma em direção à mortificação do desejo e à divisão do sujeito, tendo o desamparo e a angústia como testemunhas. Sujeitos angustiados, que não veem horizonte para a felicidade prometida ao ingressar na universidade, calados diante da exigência de acumulação de informações e de produções, distanciados dos ideais, balançados em suas identificações…

Terreno fértil para a condição de todos em regime de proletariado, no sentido de despojados do saber, inclusive os professores, e propício ao aparecimento do mal-estar dos “(a)studados” solicitados na construção do “sujeito da ciência com sua própria pele” (Lacan, 1969-1970 [1992], p. 99). Essa parece ser uma das razões de Miller (1998), incisivamente, situar a universidade na função de cão de guarda que reserva à ciência o que lhe é de direito. A escrita do “a”, em separado, ao estilo lacaniano, é forma que ele encontrou para expressar a posição de objeto, destinada ao aluno, no contexto universitário, ainda que ela lhe ofereça participação em distintas instâncias. Vale ressaltar que, em Vincennes, Lacan (1969-1970 [1992], p. 97) chegou a dizer, de modo que parece até cruel, que o estudante não estaria deslocado ao situar-se como irmão do subproletário, e não do proletário, já que o proletariado chegou a ser composto por pessoas distintas advindas da plebe romana. E, importa mencionar, ele assegurou que ter vergonha de não morrer disso importa, já que, na vergonha, estaria o tom em que o real está concernido.

Lima, Valerio, Lima, Barbosa e Bronzeado (2019), orientados pela psicanálise, lembram a seus leitores que o sofrimento psíquico dos alunos, nos espaços universitários, por isso mesmo, é fenômeno complexo que pode ser analisado por diferentes ângulos: pela via exclusiva da instituição escolar e seu potencial produtor de sofrimento; pela história pessoal do sujeito e das transformações implicadas na escolha do ensino superior; e pela patologia individual que pode gerar determinadas respostas às exigências dessa fase da vida.

Fato é que nela todos portam bagagem com novela familiar que conta com a realidade social em que se inserem, têm seus sintomas, acontecimento de corpo, e são imersos nos sintomas da instituição, alguns em adolescência que parece não ter fim. Viganò (2010b, p. 185), cuidando para não culpabilizar os pais e avalizado por sua experiência clínica, chama a atenção para o fato de que ali estão jovens sem alma, no sentido de que a alma conta com o Outro, já que os adultos da atualidade têm demonstrado pouco preparo para servir de anteparo que ajudam os filhos a fazerem a passagem para a vida adulta. Consequentemente, falta a cena para o drama da adolescência, que, nas palavras de Miller (2020), é uma construção, faltam os ritos, papéis, conversas que favoreçam ao jovem pensar seu futuro, bater papo, contar caso de outras gerações, de outras famílias, como se todos estivessem em perene passagem pela adolescência. Por outro lado, como não se tem deixado de enfatizar, há a existência de crise da sociedade concentrada no presente e na precariedade da incerteza, e o princípio ético de autoridade e autorização encarnado pelo pai, também veiculado pela mãe. O crucial nisso é que o Outro familiar se apresenta no Outro social e as rebeliões adiadas passam a ser encenadas em espaço social. Nessa debilidade do Outro, faltam palavras e aumentam os atos, contra si e outros, alguns muito violentos.

Essa dificuldade de favorecer o caminho para a vida adulta tem sido também considerada no funcionamento de professores da atualidade, alguns ainda lutando pela juventude que não se pode perder e sem conseguir ocupar o lugar de autoridade epistêmica que lhes poderia ser outorgado. Nesse sentido, duplicação de contexto complexo.

Um novo desejo de saber: a pesquisa

Projetos que são colocados em funcionamento favorecem reflexões. E foi isso que suscitou o serviço de Assistência Psicológica aos Estudantes da PUC Minas (APP), ao resultar na pesquisa realizada, que a considerou um caso a ser estudado. A tradição clínica do curso de Psicologia desta instituição, conhecida pela pesquisadora e também reconhecida na cidade (Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, Brasil), praticamente exigiu este estudo.

Seu objetivo geral consistiu em pesquisar o funcionamento da APP como uma resposta da PUC Minas diante da realidade social presente no sofrimento dos alunos que apresentam urgência subjetiva, no contexto de uma instituição de ensino superior que se orienta com base na exigência do MEC, tal como indicado em seu Instrumento de avaliação de cursos de graduação. Os objetivos específicos perpassaram por: esclarecer a função da APP na universidade, considerando a missão dessa instituição e as exigências do MEC; favorecer conversações com professores da área clínica, acerca dos serviços disponíveis para acolher as urgências subjetivas apresentadas na instituição, buscando extrair possíveis ensinamentos para a APP; realizar conversações clínicas com bolsistas e alunos voluntários que participaram no trabalho dos casos considerados “paradigmáticos”, colocando-os em discussão e extraindo considerações sobre o serviço no presente, com metas futuras; estudar as demandas surgidas a partir do segundo semestre de 2017 até o segundo semestre de 2018, considerando os encaminhamentos estabelecidos; ponderar, por meio de entrevistas com alunos que já foram usuários da APP, efeitos obtidos e o direcionamento para outros locais de atendimento, de modo a favorecer reflexões críticas ordenadoras de ações específicas; promover interlocução com pesquisadores do Brasil e do exterior, formalizando, caso seja necessário, uma nova proposta de funcionamento para a APP, com base nos resultados.

Naquele período, esse serviço, parte de projeto da Clínica de Psicologia da Unidade Coração Eucarístico, havia passado por transformações. Por isso mesmo, delimitou-se o segundo semestre de 2017, época em que se deu a nova coordenação. Ele passou a ter o objetivo de acolher e dar apoio pontual aos alunos que necessitassem de intervenção psicológica, realizando encaminhamento responsável, e já não sustentava a escuta continuada, que gerava expressiva lista de espera. Contava com uma professora coordenadora e três estagiários bolsistas, graduandos de fim de curso. Ainda mantinha uma categoria denominada “casos de prioridade”, para aqueles que a urgência psíquica/subjetiva mostrava a importância de um período de 4 a 8 sessões (alguns com até 16), antes do encaminhamento para atendimento externo.

O caminho estabelecido e favorecedor de respostas para a pergunta e cumprimento dos objetivos, ou seja, o método, fez com que a pesquisa fosse delimitada como qualitativa, contando com a aplicação da psicanálise na investigação de fenômenos sociais (Ramirez, 2012). Estudo, portanto, que permite o prazer de encontrar sem buscar, pois não conta com ideia antecipada do que se busca. Por isso mesmo, não se estabeleceu hipótese. O período delimitado para obtenção de informações precisou ser estendido até 2020, em decorrência de diferentes fatores, entre eles, a pandemia do novo coronavírus, atrasando a análise dos achados.

O método contou com os seguintes procedimentos: conversações clínicas acerca de casos que haviam sido considerados “prioridade” e que, portanto, passaram por atendimentos antes que fossem pensadas derivações para serviços fora da instituição. Nelas havia a presença de uma profissional, orientada pela psicanálise, em posição de exterioridade que favorecia iluminar os casos, mais as pesquisadoras, os bolsistas da atualidade e aquele que havia sido responsável pelo caso; conversações com professores da área clínica, das diversas unidades dessa instituição, e que trabalham em serviços de acolhimento de alunos em sofrimento psíquico, no intuito de promover aprendizados que auxiliassem a APP; entrevistas semiestruturadas com ex-usuários do serviço; e estudo de documentos que favorecessem a compreensão do funcionamento do serviço.

Ocorreram seis conversações clínicas sobre quatro “casos de prioridade” os quais a coordenadora da APP considerou paradigmáticos e duas com sete professoras. Para os casos clínicos, ainda foi possível realizá-las presencialmente, mas, com as professoras, elas tiveram de ser realizadas on-line. A “conversação”, como se conhece, é um dispositivo da psicanálise clínica (Miller, 2003) que tem se estendido a outros espaços, como psicanálise aplicada e variadas pesquisas. No Brasil, a psicanalista e pesquisadora Ana Lydia Santiago é referência e marco, ao propô-la como metodologia de pesquisa/intervenção clínica. No processo de debate grupal, e pela palavra como dom, o dizer de um ressoa no outro que também se coloca a trabalho sem que o pesquisador perca a dimensão do sujeito, ainda que em grupo. Nessa associação livre, que é coletivizada, nesse exercício da palavra dialogada, circulante, aposta-se que algo inédito possa surgir.

Vinte alunos, usuários do serviço durante o ano de 2018, foram selecionados aleatoriamente para entrevista semiestruturada. As entrevistas foram realizadas com 16 deles, presencialmente, após contatos telefônicos. Em entrevista assim estabelecida, mantêm-se algumas perguntas cruciais, feitas a todos, mas se permite a abertura para livre associação com surgimento de novas questões.

No tocante aos documentos estudados, eles diziam de informações básicas sobre os usuários do serviço.

Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a Resolução do CNS 196/1996. As entrevistas e conversações foram gavadas e transcritas, permitindo leitura e reflexões sobre o escrito.

A análise contou com o estabelecimento de categorias emergentes, que supõem a reiteração de significantes, a posteriori relacionadas com a teoria psicanalítica. Miller (2002, p. 9) salienta que “uma categoria, primeiramente, é uma qualidade atribuível a um objeto, o que a converte em uma classe onde é possível situar objetos de igual natureza. Trata-se, portanto, de um princípio de classificação”. O trabalho que se orienta pela psicanálise, no entanto, supõe manter o particular e o singular em seu horizonte.

Nas entrevistas, privilegiou-se o sujeito do enunciado e não o da enunciação, como, de forma muito precisa, Ramirez (2012) ensina, já que nelas não havia o fim terapêutico. A identidade de todos foi preservada.

As informações ainda passam por análise mais detalhada, já que um relatório deverá ser produzido e enviado à direção do Instituto de Psicologia. Mas já se pode fazer algumas afirmações.

Ensinamentos

Ao estabelecer este subtítulo, a intenção é exercitar amarrações de informações que promovam certo fechamento com possibilidades de novas aberturas.

Conversações sobre os casos discutidos

As conversações acerca dos casos ensinaram que a categoria “casos de prioridade” era estranha ao contexto e não havia clareza do que se dizia quando era usada. Tal como bem enfatiza Viganò (2010b), a crise/urgência deve ser vista no tempo imediato, ser atendida prontamente, sem lista de espera e, assim, todas elas supõem ser casos de prioridade. Ela não deve ser confundida com demanda de tratamento, ainda que isso possa ocorrer: “O ‘centro de crise’ só deve dar a proteção, fazer com que o estruturar-se de uma crise não seja perigoso [. . .] que não se passe ao ato, mas não deve curar até que seja feito um diagnóstico” (Viganò, 2010b, p. 182).

O funcionamento atual da APP está nessa direção, quando, em sua função, afirma que se trata de “acolhimento da crise”. Nesse caso, segue Viganò (2010b), o compromisso clínico é com o sintoma, pois, na crise, ainda não se sabe quem é o sujeito, e importa, nessa contingência, recuperar a estrutura do sujeito, promover seu nascimento: “A crise é uma dimensão virtual, transitória e resultante do jogo de muitos fatores [. . .] manifesta os problemas de um sujeito [. . .] problema de existir, de nascer” (Viganò, 2010b, p. 182). Consequentemente, exige construção de rede de serviços para acolhê-la, inclusive a escuta de familiares. A ela não lhe basta uma relação a dois. Nas palavras de Seldes (2021), reconhecido estudioso do assunto, e na mesma direção, o modo de subjetivar uma urgência é, primeiramente, fazê-la passar ao estado de sujeito para, a seguir, dependendo da estrutura, isolar seus pontos de certeza, promovendo alívio. Tal como o trauma que esburaca o funcionamento, a urgência subjetiva é o buraco que contacta com o real. É preciso, então, um passo a mais do que a urgência “pura e simples”, aquela que é furo no tempo dizendo de momento de eternização e com a marca característica da perplexidade que independe do diagnóstico estrutural.

O trabalho em rede tem sido considerado, na APP, e seu valor e fortalecimento foram ressaltados. Ex-alunos, com formação respeitável, compõem nomes para derivação de casos que ali chegam.

Essas conversações também iluminaram a importância do registro dos dados e de construção, ainda que mínima, do caso em questão. O que esbarra na pequena disponibilidade de horas da professora responsável, ou seja, duas horas, incluindo alguns serviços burocráticos. As construções de caso, como foi afirmado, não têm deixado de ocorrer. Conversou-se e enfatizou-se que, nesse lugar de acolhimento, importa saber acerca dos fenômenos que ocasionaram mutações subjetivas, palavras em ação nesse sentido e, consequentemente, acerca de algo que deixou de existir, incluindo o tempo não somente em sua duração. A urgência subjetiva, usando termos de Seldes (2021), é momento posterior à urgência pura e simples, contando com o consentimento responsável do sujeito para a elaboração possível da precipitação ocorrida. Nelas apareceu, ainda, a importância dos seminários acerca de temas cruciais para a clínica, atividade que não se desconhece nesse serviço. O tema “psicose ordinária”, por exemplo, apareceu na cena a partir de um caso anteriormente trabalhado em outra direção.

Constatou-se que não divulgar oficialmente o serviço (o que tem sido a norma) não tem evitado a chegada de mais e mais estudantes. Eles se apresentam, cada vez mais, encaminhados por colegiados de cursos, professores, instâncias administrativas e por informações entre eles próprios. Torna-se, assim, importante repensar a estrutura do serviço, já que a oferta não é silenciada e a demanda, consequentemente, apresenta-se.

Entrevistas com o ex-usuários

Delas se extraíram os significantes: “mutações subjetivas”, evidentes na hora de se dizer de favorecimento do sofrimento; “orelhadoria” (expressão que aqui se toma emprestado do colega Marcelo Veras, coordenador do projeto “PsiU”, na Universidade Federal da Bahia, em analogia com a “ouvidoria” das instituições), atuando nos encaminhamentos; “precariedade social”, na base de dificuldades para acessar os locais de encaminhamento; “presença sintomática dos efeitos da sociedade do desempenho”, que parece ter se tornado na sociedade do cansaço, tal como vem desenvolvendo o filósofo Byung-Chul Han (2015); “efeitos do tratamento do gozo”.

Esses alunos contam que chegavam sem anteparos em momento de sofrimento psíquico, no desamparo próprio do Um-sozinho, em “modalidade temporal que responde ao advento ou à inserção de um traumatismo”, nas palavras de Miller (2009, p. 9). Havia, ali, ruptura fazendo com que já não funcionasse o que antes lhes permitia o sentido para certo funcionamento. Algo, um pensamento, um fato, uma vivência… De acordo com Seldes (2021), eles ali estavam nessa modalidade temporal que responde à inserção de um trauma, contando com a chance de se fazer uma experiência diferente, mediante a fala, possivelmente mudando as coisas.

Eles haviam encontrado uma “orelha” que os escutava e alguém que, de algum modo, sabia ler que algo estava mal, mesmo que causado por suas próprias angústias ou desejo de preservar a instituição. Chegavam depois de procurar a Clínica de Psicologia, indicados pelo colegiado de curso, confirmando constatações anteriores, ou por meio de conversas e informações dadas por colegas. E se considerarmos que cada época teve suas enfermidades fundamentais, tal como afirma Han (2015), traziam a vivência da livre coerção na maximização do desempenho, agudização da autoexploração na busca de realização de ideais, angustiados, deprimidos, ansiosos, na sensação de não estarem fazendo o que poderiam. Em alguns casos, havia a dificuldade de convivência com a lei, as regras, de modo a lhes favorecer a desresponsabilização por seus atos. Nas convivências com professores, colegas, parceiros, em certas situações, o amor vacilava na função de fazer o gozo a condescender ao desejo. A tentativa de suicídio se fez presente em certos casos.

A dificuldade financeira contou na hora de buscar a “ajuda gratuita” ofertada pela universidade. Metade deles, embora sentisse necessidade de prosseguir com o encaminhamento dado, externo à universidade, não o fizeram por falta de condições para o pagamento, ainda que fosse mínimo. Dois, entre todos, acreditaram que o acolhimento recebido foi suficiente e o dispensaram. Conforme se mencionou anteriormente, a renda familiar de cerca de 60% dos alunos da PUC Minas, na atualidade, está entre 2 e 5 salários mínimos.

Em 90% dos casos, os entrevistados ressaltaram a importância do dispositivo no tratamento do gozo. Uma aluna disse: “Como minha vida estava totalmente uma roda-gigante, então… Aí depois eu consegui colocar os pingos nos ‘is’ e ir indo (risos)”. Outra afirmou: “Na época, eu não conversava com ninguém a respeito (retomando o falecimento de sua irmã), aí aqui eu pude me expressar”. E outro aluno comenta: “Meu psicológico estava muito abalado, tava realmente precisando de uma luz, de qualquer coisa que me ajudasse de alguma forma, aí eu vim para cá”. Há indícios, assim, da inauguração de um tempo de ver, possibilitando um tempo de compreender para aquele que se encontra em momento de concluir apressado. Suas falas parecem indicar algo de construção sintomática e falada, fazendo existir um antes e um depois, o isolamento de significante privilegiado que começou a se fazer legível.

Acerca dos documentos estudados

Com base nos documentos estudados, importa mencionar a constatação do crescimento expressivo da demanda, em pouco tempo. Em 2017, havia uma lista de espera com 64 estudantes, resultado do modo de funcionar anterior, e nele 279 alunos passaram pela APP. Só no segundo semestre, foram 201 casos. Aumentaram demandas advindas dos campi Betim, São Gabriel e Contagem. Em 2018, foram acolhidos 407 alunos e, em 2019, o número subiu para 472 alunos. As mulheres, tal como Neves e Dalgalarrondo (2007) encontraram em sua pesquisa, foram as que mais buscaram ajuda, um dado que daria bom estudo. Ao se considerar que o serviço funcionava com somente três estagiárias, não foi irrelevante o número de casos que ultrapassaram os oito atendimentos, alguns chegando a 16 encontros antes de serem encaminhados. A faixa etária de aproximadamente 85% dos alunos estava entre 17 e 25 anos. As queixas frequentes situavam-se no enquadre que havia sido ouvido dos alunos entrevistados, mas, de acordo com os profissionais, ao lhes ser ofertada a palavra, apareciam questões relativas à sexualidade, perdas, compulsões, dificuldades para levarem adiante os ideais estabelecidos e, mais que ansiedade, havia a presença da angústia, afeto que não engana e sinal de que falhava algo que servia de sustentação para o sujeito.

Conversações com professoras

As conversações com seis professoras dedicadas à clínica ainda passam por refinamento de categorias, pela busca dos detalhes precisos. Aqui se apresenta um esboço. Pensar acerca do que se ouviu e discutiu, considerando o sujeito do enunciado e não da enunciação, como já sinalizado anteriormente, ao dizer sobre as conversações praticadas nesse contexto, já que não se trata de situação de psicoterapia, permitiu isolar alguns temas cruciais: “a urgência institucional”; “sintomas da instituição”; “desejo de integração de ações”; “indispensáveis amarrações em redes”; “maximização de desempenho”; “apostas”.

Na fala de todas as professoras, apareciam as marcas de algo que tem saído do comum, que não se encaixa no costumeiro modo de funcionar institucional, um real em jogo, por exemplo, expresso no crescente número de alunos e até mesmo professores e profissionais da instituição, em sofrimento psíquico, exigindo novo ordenamento. Se esses problemas existiam, havia também certo equilíbrio que já não se sustentava. Os serviços que os acolhem, nas diferentes unidades, dão sinal de estrangulamento, e o estado de crise, próprio de uma urgência, é assinalado. Já não há como evitar a visibilidade dos problemas, há familiares precisando ser acolhidos, funcionários também, alunos chegando derivados por diferentes instâncias administrativas e acadêmicas.

Todas as professoras conheciam os princípios e a missão que regem a instituição, até porque tal conhecimento tem sido fator continuamente enfatizado, inclusive soma para o ingresso em seu quadro profissional. Sabiam que o MEC havia encontrado forma de expressar suas preocupações com os fatos, colocando entre seus quesitos de pontuação institucional o acompanhamento psicopedagógico, e que nenhuma instituição pode e quer perder pontos nesse mundo competitivo da área de ensino. Mas ponderaram que a PUC Minas, universidade confessional e comunitária, sem fins lucrativos, tem tido papel ativo no abrir diferentes frentes de enfrentamento da questão, dentro do que considera suas possibilidades, muito mais em razão de seu “instituto”, tal como explica Laurent (2007, p. 238), à “regra dada a uma instituição no momento de sua formação”.

Dizer de sintomas da instituição é, inicialmente, na referência psicanalítica, dizer que aí há “sujeito”, algo que se particulariza e até singulariza, que se separa da ordem do universal. A PUC Minas compartilha com outras instituições o universal “universidade”, mas tem diferenciais claros, expressos em seu nome próprio, em seu regulamento, estatuto, em sua missão, em seus princípios, etc. As professoras localizavam pontos do mal-estar institucional, na ordem do que é possível pensar como sintoma social derivado do que não vai bem no funcionamento desse “sujeito instituição”, de entraves na forma coletiva de tratamento do gozo. Mas com a sábia atitude de não o interpretar, ainda que nem todas fossem de orientação psicanalítica. Mencionavam fatos, agruras no exercício de suas funções para as quais as horas têm sido sempre insuficientes, ainda mais quando supõem ações no campo administrativo, pedagógico e clínico. Reconheciam os esforços das coordenações dos cursos, lidando sempre com apertada margem de manobra para dar conta da dinâmica que o funcionamento institucional exige, e o dispêndio de energia que isso supõe, para todos. Pensar em sintoma supõe pensar em repetições de forma de gozo, funcionamento gozoso.

O “sujeito instituição”, é preciso destacar, só é passível de interpretação parcial, já que é convocado pelo discurso do mestre. Discurso que é seu protótipo e que supõe que a instituição somente será respeitada se “tiver vontade” de dar aos sujeitos que por ali circulam uma representação, um lugar no vínculo social, sustentando-os como “sujeitos instituídos” (Viganò, 2010a, p. 102), que reconhecem o lugar dominante e podem compartilhar ideais. Se ele, portanto, não é totalmente interpretável, conhecemos que é possível subvertê-lo, opor-se a ele, usando algo de astúcia para preservar o desejo, passível de enfraquecimento em espaço dominado pela operatividade do saber. E a astúcia parece estar sendo a constância dessas profissionais.

Nesse sentido, naquele espaço de conversação, havia a vivacidade do desejo de sustentar o trabalho a que se tem disposto fazer, acolhendo o sofrimento psíquico, ainda que caindo, ora ou outra, ou quase sempre, no que Han (2015) desenvolveu como a posição do homem como máquina de desempenho, na convicção de que não ser um vencedor é sua própria culpa e responsabilidade. Homem que se torna um explorador de si mesmo, na crença de realização.

A experiência que essas professoras portavam, aqui considerada mais que uma forma de fazer, de ser, de viver, de apreender a realidade externa, mas entendida como “compromisso do sujeito com o saber sempre a construir” (Gallo, 2012, p. 229), levou-as a enfatizar a importância do trabalho em rede, ainda que mínimo, embora melhor se for amplo, já que não dá para recuar sem grandes prejuízos. Viganò (2010b), psicanalista que também tinha a experiência aqui mencionada, já advertia que situações de crise/urgência exigem construção de rede de serviços para acolhê-la; não é suficiente uma relação a dois. Cada unidade hoje tem seu modo próprio de inserção, variando de ajuda da Polícia, Corpo de Bombeiros, posto médico, funcionários atentos, egressos, psiquiatras… A implicação da família, de responsáveis, com os cuidados que ela merece foi tema discutido. Pontuou-se que, na universidade, é possível apoio, mas há situações com as quais não se pode responsabilizar e há movimentos em que se tenta deixar a responsabilidade a cargo da instituição. Casos foram mencionados, e um deles é bem contundente: um pai foi comunicado de que seu filho estava prestes a suicidar-se, e ele respondeu que não poderia ir porque primeiro precisava matar um porco. Depois iria.

Diante dos diferentes modos de funcionar, considerou-se a importância de certo ordenamento institucional mais amplo, embora considerando as particularidades. Ordenamento supondo orientações básicas que possibilitem diminuição de angústias diante da gravidade de certos casos, incertezas no funcionamento dos serviços e valorização desse modo de fazer clínico.

Coordenadas para novas paragens

O trabalho lançou luz sobre o valor do que se realiza na APP, tal como se pode ler no item Ensinamentos, e os pilotis que sustentam a construção desta instituição, a PUC Minas, como favorecedores do acolhimento desses jovens em sofrimento psíquico.

Deixou em evidência a importância de repensar a organização desse serviço, considerando o número crescente de alunos que o busca e o número de destinatários disponíveis para o acolhimento dos que ali chegam: três estagiários e uma professora com disponibilidade de duas horas semanais para isso. Situação que faz, inclusive, com que a APP tenha sua existência marcada por certo silêncio dentro da instituição, medida de contenção de demanda.

A interlocução com profissionais que se encontram à frente de outros serviços de acolhimento de alunos, em outras unidades, nenhum deles igual ao outro, realizada como um movimento para encontrar aprendizagens que servissem para a APP, resultou em verdadeiro tesouro que merece exploração detalhada. Depois de ouvir as colegas, uma das professoras expressou a convicção de que os trabalhos que estão ocorrendo na PUC Minas são “acolhimentos verdadeiros, não só para responder às demandas midiáticas e institucionais externas, mas em forte compromisso com a vida”. Considerou que, no ambiente da PUC Minas, há certa vocação para que ele aconteça, o que obteve concordância de todas.

Também há, no entanto, a certeza de que eles precisam ser mais bem formalizados, localizados no planejamento institucional, pensados no plano da universidade como um todo e no específico de cada unidade. O que poderia diminuir o desamparo e a angústia que aparece no exercício dessa função. Dali saiu, por exemplo, a decisão de reativar o projeto conhecido como o Fórum das Clínicas, considerado momento privilegiado de trocas e construção de caminhos partilhados.

Pode-se dizer, portanto, que a pesquisa possibilitou ainda a constatação de que, no espaço institucional, não se trata de centralizar na importância da palavra colocada em ato, tecla constantemente ouvida, mas de promover atos que criam a palavra.

NOTAS

O sofrimento psíquico de jovens na universidade: entre exigências institucionais e urgências subjetivas. Pesquisadora responsável: Ilka Franco Ferrari (PUC Minas); pesquisador consultor: Fabián Fajnwaks (Université Paris VIII); pesquisadora colaboradora na primeira etapa do trabalho: Aline Aguiar Mendes (PUC Minas). Pesquisa financiada pelo CNPq, bolsa de produtividade da pesquisadora responsável.

[1] Em 2021, o salário-mínimo brasileiro é R$ 1.100,00.

REFERENCIAS

  • Gallo, H. (2012). “La experiencia desde el psicoanálisis”, en M. E. Ramirez & H. Gallo, El psicoanálisis y la investigación en la universidad. (pp. 227-240). Buenos Aires: Grama.

  • Graner, K. M. & Cerqueira, A. T. A. (2019, abril). “Revisão integrativa: sofrimento psíquico em estudantes universitários e fatores associados” em Ciência & Saúde Coletiva. v. 24, n. 4, Rio de Janeiro: Fiocruz. (pp. 1327-1346). Disponível em: https://scielosp.org/article/csc/2019.v24n4/1327-1346/. Acesso em: 9 de junho de 2021.

  • Han, B.-C. (2015). Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes.

  • Lacan, J. (1969-1970). “O avesso da psicanálise” em O Seminário de Jacques Lacan. Livro 17. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.

  • Lambert, A. S., Moreira, L. K. R. & Castro, R. C. A. M. (2018). “Estado da arte sobre adoecimento do estudante universitário brasileiro” em Revista Brasileira de Educação e Saúde. v. 8, n. 2, Pombal: Grupo Verde Agroecologia e Abelhas. (pp. 31-36). Disponível em: https://doi.org/10.18378/rebes.v8i2.5987. Acesso em: 28 de junho de 2021.

  • Laurent, É. (2007). “Dois aspectos da torção entre sintoma e instituição” em Associação do Campo Freudiano, Pertinências da psicanálise aplicada. (pp. 237-249). Rio de Janeiro: Forense Universitária.

  • Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. (2012, 29 agosto). Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Portal da Legislação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm. Acesso em: 29 de junho de 2021.

  • Lima, C. H., Valerio, F. M., Lima, L. C., Barbosa, T. K. A. & Bronzeado, A. S. (2019). “Saúde e sofrimento psíquico no contexto universitário à luz da teoria psicanalítica dos quatro discursos” em Revista Humanidades e Inovação. v. 6, n. 8. Palmas: Universidade Estadual do Tocantins – Unitins (S/D). Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/1243. Acesso em: 27 de junho de 2021.

  • MILLER, J.-A. (1998). “El psicoanálisis en la universidad” en J.-A. Miller. Elucidación de Lacan: charlas brasileñas (p.149-160). Buenos Aires: Editora EOL-Paidós.

  • Miller, J.-A. (2002). De la naturaleza de los semblantes. Buenos Aires: Paidós.

  • Miller, J.-A. (2009). “Clase inaugural del Centro Descartes (1992)” en Conferencias porteñas (v. 2, p. 141-158). Buenos Aires: Paidós.

  • Miller, J.-A. (2020). “En dirección a la adolescencia” en J.-A. Miller et al. De la infancia a la adolescencia. (pp. 37-50). Buenos Aires: Paidós.

  • Miller, J.-A. et al. (2003). La pareja y el amor: conversaciones clínicas con Jacques-Alain Miller en Barcelona. Buenos Aires: Paidós.

  • Neves, M. C. C. & Dalgalarrondo, P. (2007). “Transtornos mentais autorreferidos em estudantes universitários” em Jornal Brasileiro de Psiquiatria. v. 56, n. 4, Rio de Janeiro: Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (pp. 237-244). Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/Bn3f9fZrc5KJC6SyDYpt7Wn/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 28 de junho de 2021.

  • Oliveira, A. S., Macedo, E. B., Souza, Y. L. (2020). “Sofrimento psíquico entre os discentes do ensino superior” em Trabalho (En)Cena. v. 5, n. 1, Palmas: Universidade Federal do Tocantins. (pp. 213-226). Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/encena/article/view/7455. Acesso em: 29 de junho de 2021.

  • Ramirez, M. E. (2012). “El método clínico de Freud aplicado a la investigación de fenómenos sociales” en M. E. Ramirez & H. Gallo, El psicoanálisis y la investigación en la universidad. (pp. 129-142). Buenos Aires: Grama.

  • Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. (1996, 10 outubro). Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/1996/res0196_10_10_1996.html. Acesso em: 28 de junho de 2021.

  • Seldes, R. (2021). “Urgência: entre a verdade e o gozo” em Atualidades Psicanalíticas. n. 29, São Paulo: Clínica Lacaniana de Atendimento e Pesquisas em Psicanálise. (S/D). Disponível em: http://clipp.org.br/atualidades-psicanaliticas-29/. Acesso em: 28 de junho de 2021.

  • Viganò, C. (2010a). “A palavra na instituição” em W. D. Alkmim (Org.), Carlo Viganó: novas conferências. (pp. 99-104). Belo Horizonte: Scriptum.

  • Viganò, C. (2010b). “Urgência e crise” em W. D. Alkmim (Org.), Carlo Viganó: novas conferências. (pp. 181-200). Belo Horizonte: Scriptum.