A FAPOL, além de manter um estreito laço entre as três Escolas da América com o propósito de preservar e expandir a Psicanálise, considera que o âmbito da Universidade é um lugar central e estratégico para impulsionar o crescimento da Psicanálise na América. A presença dos praticantes da Psicanálise em diversas cátedras das Universidades americanas, e sua difusão neste âmbito, coloca-se como um fato que não podemos deixar de destacar. Considerando tal fenômeno, em 26 de agosto de 2015, o Bureau da FAPOL – com a concordância do Presidente da AMP, Miquel Bassols, e o apoio de Jacques-Alain Miller – decidiu criar a Rede Universitária Americana (RUA), tendo em conta que a Universidade é o lugar onde se pode transmitir o germe que no futuro dará seus frutos: a possibilidade de gerar nos alunos uma transferência significativa com a Psicanálise em geral, e em particular com a Psicanálise da Orientação Lacaniana.
A RUA é uma rede formada para reunir todos aqueles professores universitários comprometidos com a pesquisa e o ensino da psicanálise de orientação lacaniana na América Latina. A rede tem como objetivo avançar na transmissão da psicanálise no âmbito universitário, promovendo e difundindo diversos intercâmbios e atividades científicas e profissionais entre seus membros (pesquisas, apresentações em congressos, concursos docentes, arbitragem de revistas acadêmicas, defesa de teses, intercâmbios entre universidades nacionais e internacionais, publicações conjuntas, divulgação de espaços de formação de pós-graduação em psicanálise, debates sobre temas da atualidade, etc.).
“O que eu ensino? Por que ensino? Como ensino? Jacques Lacan ensinou?”
Essas perguntas enunciadas por Miller em seu discurso em Roma, a propósito do ensino de Lacan, funcionam como bússolas que orientam e, ao mesmo tempo, interpelam o desejo de ensinar dos psicanalistas no mundo hipermoderno, ameaçado pelo triunfo da religião tecnocientífica.
A RUA aspira a continuar sustentando, com seu trabalho em rede na América, a presença do ensino e da clínica psicanalíticas nas universidades latino-americanas. Para isso, faz uso do bem-dizer sobre a eficácia do poder da palavra para tratar o sofrimento do ser falante contemporâneo, enfrentando os desafios que surgem na época da descrença no Outro.